quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
PRINCÍPIOS PARA PLANEJAR UMA BOA ACOLHIDA
Princípios
para planejar uma boa acolhida
a) com
o grupo de Professores e auxiliares de salas
1.
Manter a rotina que a criança pequena tem em casa, no caso de menores de 3
anos, quanto
aos
cuidados específicos. Manter os rituais para dormir, comer ou usar o banheiro.
2. Para
as maiores de explicar como será o seu
dia a dia e colocar a rotina visualmente num
quadro,
para que a criança aprenda a controlar os diferentes momentos.
3.
Objetos Transicionais ou objetos de apego – Algumas crianças usam objetos tais
como
paninhos,
chupetas, brinquedos e ficam apegadas a elas. Estas coisas têm um significado
especial para elas
pois
criam a ilusão de que a mãe ou a pessoa na qual investem afeto estão próximas,
lhes proporciona maior
conforto
emocional e segurança.
4. Valorizar
a identidade da criança, e escolher junto com ela seu escaninho, seu cabideiro,
colocando
seu nome e garantindo que aquele lugar ficará disponível para ela todos os dias
para que possam
guardar
suas coisas.
5. Não
ficar ansiosa para que a criança ajuste sua rotina a do grupo muito rapidamente
Deixar
que a
criança mantenha seu jeito de ser, seus rituais e sua rotina individualizada,
para aos poucos se ajustar ao
grupo,
proporciona suavidade ao processo sem rupturas bruscas e maior controle do adulto
sobre o processo.
6.
Conversar a criança sobre seus sentimentos, sobre a rotina, contar o que vai
acontecer com
ela,
ajudar a criança a expressar seus sentimentos e valorizá-la enquanto pessoa e
promover sua auto-
confiança
para lidar com esta situação.
7. A
inserção das crianças deve ser feita progressivamente, duas crianças por
subgrupo, por
semana,
sendo que cada criança inicia em um período do dia (manhã/tarde), o que dá às
educadoras maior
disponibilidade
no atendimento a cada criança e seu acompanhante.
8.
Normalmente uma semana é necessário para que algum familiar permaneça junto à
criança
na
creche, sendo seu tempo de permanência,gradualmente reduzido, à medida em que
aumenta o tempo de
permanência
da criança na escola, até este ficar mais tranqüilamente período integral, se
for o caso.
9. A
professora deve procurar manter uma rotina estável sem muitas variações para
que a
criança
vá dominando cada vez a rotina. As crianças aprendem a se localizar no tempo,
no espaço e com as
atividades
quando a rotina é mantida, além de construir vínculos e se organizar para a
aprendizagem.
10.
Organizar cantos de atividades diversificadas com aquelas que ele sabe que dão
mais ibope
para
aquela faixa etária específica, auxilia o professor a despertar o interesse da
criança pela brincadeira e a
se
interessar pela escola. Vale também saber quais as brincadeiras e brinquedos
preferidos da criança para
introduzi-los
neste momento. Os cantos de atividades podem também favorecer que as outras
crianças fiquem
mais
livres e brincando entre si, enquanto o professor pode dispensar uma atenção
especial para a criança
nova.
11.
Considerar o parque como um espaço de atividade e planejar também intervenções
também
para
este momento. No verão brincadeiras na areia e na água, bolhas de sabão, lavar
roupas de bonecas, lavar
o
quintal, regar plantas, e fazer estas coisas com todo o grupo vai mostrando
para as crianças que o ambiente
doméstico
e o escolar possuem diferenças e semelhanças. No inverno os jogos motores, as
cirandas, os
circuitos
e obstáculos, garantem que a criança possa brincar fora e estar aquecida.
12.
Propor atividades culinárias simples: fazer gelatina, pipoca, suco, docinho de
leite em pó,
salada
de frutas para o lanche ou sobremesa, favorece que a criança perceba a
continuidade temporal.
13.
Propor leitura de histórias como metáforas dos momentos que a criança vive.
Pode-se
conversar
sobre as histórias falando dos medos básicos de todas as crianças assim é
possível que a criança
também
se exponha e consiga lidar melhor com seus sentimentos.
b) Com
o grupo de cozinheiras e faxineiras.
1.
Valorizar o trabalho da equipe de apoio;
2.
Informar às famílias quem são estas profissionais e seu papel na instituição;
3.
Formar a equipe de apoio da mesma forma que os educadores quanto ao
entendimento,
importância
e estruturação no período de adaptação e de acolhimento;
4.
Envolver a equipe de apoio na reestruturação de sua rotina de trabalho durante
o período de
adaptação;
5.
Informar a equipe de apoio sobre o atendimento as crianças com dietas específicas
6.
Auxiliar a equipe de apoio a planejar um cardápio especial de adaptação
7.Planejando
a adaptação com a família
Ou como
preparar os pais para preparam as crianças e se prepararem para a entrada na
escola
O
planejamento do acolhimento com as famílias é de fundamental importância se
pretendemos que o nosso
projeto
pedagógico seja transparente, respeitoso e de fato complementar a ação da
família. Muitos pais
também
são de primeira viagem seja na creche ou na pré-escola e precisam de apoio e
orientação. Algumas
etapas
são requeridas para que a criança possa iniciar sua vida escolar com sucesso.
Sugerimos algumas:
Apresentando
a escola
Organizar
o trabalho com a equipe para que ela possa ser acolhedora para receber os
visitantes.
Preparar
a recepção da escola para que ela seja acolhedora e informativa.(Murais com
fotos do trabalho com
as
crianças, informes, trabalhos das crianças, água, cafezinho a disposição deles,
etc.)
Preparar
uma pessoa para receber os pais que querem conhecer a escola e saiba dar todas
as informações que
eles
necessitarem assim como ter “ouvidos atentos” para as questões específicas que
possam emergir.
Dependendo
do tamanho e situação da escola este trabalho pode ser feito caso a caso,
individualmente, em
pequenos
grupos agendados em reuniões. Reunião de pais
novos.
Podemos
convidar todos os pais novos de um mesmo grupo para uma reunião na qual
novamente as dúvidas
do
projeto pedagógico e das normas de funcionamento podem ser esclarecidas e
outros dados podem ser
complementados
além dos pais poderem se inteirar sobre outras atividades da escola que eles
poderiam
participar:
eventos ligados a atividade pedagógica e eventos destinados aos pais.
Necessariamente a
professora,
a auxiliar, o profissional de saúde e a coordenação da escola devem estar
presentes nesta reunião.
Pode
ser mais evidenciado neste momento o modelo de gestão escolar: esclarecer sobre
clube de pais,
comissões
e representações, etc.
Se a
escola tiver um vídeo sobre algum trabalho realizado com as crianças e
professoras em interação pode
ser
ilustrativo de como funciona o dia a dia..
E
finalmente pode ser planejado com os pais o período de adaptação propriamente
dito, conforme descrevo a
seguir:
Fundamentando
para eles sobre a importância do período de adaptação
Ter uma
pessoa que se responsabilize por todo o período de adaptação da criança parece
ser fundamental para
uma
adaptação inicial eficiente. Esta pessoa, que não precisa ser necessariamente
um dos pais, mas uma avó,
tio ou
tia, até irmão mais velho, deve permanecer com a criança durante os primeiros
dias de entrada na
escola
até que ela se sinta tranqüila para aceitar ser cuidada pela professora sem
muitas restrições. Este
período
varia de criança para a criança mas, peça que a pessoa se organize para
permanecer pelo menos 4
dias.
Embora saibamos que possa ser um transtorno para a organização familiar,
garanta que é por pouco
tempo,
mas um tempo que evitará retrocessos na adaptação e favorecerá a construção de
um vínculo com a
escola
mais tranqüilo e seguro, temos certeza e é o que a nossa experiência comprova.
Orientando
e sugerindo como preparar melhor a criança se:
Falar sobre
a experiência que será vivida:
•
conversar com as crianças sobre a nova escola,
• falar
o nome da professora e explicar que é para falar com ela sempre que precisar
algo
•
contar as possíveis brincadeiras que podem acontecer
•
descrever a rotina
•
evitar falar o que desconhece para não criar falsas expectativas
• não
fizer promessas ou chantagens
Fazer
as coisas juntos
•
Escolher a roupa que vai para a escola ou preparar o uniforme
•
Preparar a lancheira juntos
•
Combinar de fazer alguma coisa juntos na volta da escola
• Se a
criança demonstrar que quer levar um objeto de casa para a escola, deixe pois
pode ser
importante
para ela durante esse período de adaptação. Chupetas, paninhos, bonecas ou
bonecos ou
brinquedos
prediletos, podem auxiliar no processo de separação, por criar um campo de
transição entre a 9
casa e
a escola. Lembre a criança de cuidar bem dele, de colocar o nome, pois a escola
não poderá se
responsabilizar
por isso.
• Levar
a criança até a professora
•
Procure chegar sempre com algum tempo, assim você pode entrar na escola e levar
a criança até a
professora.
•
Procure conversar com a professora sempre que for necessário, mas lembrar-se de
que ela tem outras
crianças
na sala.
•
Procurar fazer uma passagem tranqüila: aceitar que a criança seja cuidada e
conduzida pela
professora
apesar de sua presença
• Se
precisar de uma conversa ou orientação mais detalhadas não existe em procurar a
coordenação.
• Se
comportar na sala da criança ou na sala de espera para cortar os laços de
dependência
A
escola pode disponibilizar uma sala de espera para os pais, enquanto as
crianças estão no processo de
adaptação.
Esta sala serve para as crianças saberem que os pais estão por perto caso
precisem, mas que não
estão
disponíveis o tempo todo.
A
escola poderá deixar os pais mais à vontade para “dispensar” as crianças caso
estas os procurem se tiverem
algo
para fazer, como ler um livro, ler um jornal, consertar um brinquedo, ouvir uma
música e ver um filme.
Algumas
experiências foram relatadas de escolas que mantém uma pequena oficina para os
pais
confeccionarem
brinquedos para as crianças, de forma que eles se sintam mais participantes e
também
entretidos.
Faça
combinados com as crianças e procure cumpri-los para que a criança não se sinta
“ traída”. Se falou para
a
criança que vai precisar sair e voltará em meia hora, volte em meia hora, volte
mesmo, não deixe de fazê-lo.
Procurar
se abrir - o processo de entrada da criança na escola pode gerar dúvidas, incertezas
e sentimentos
estranhos
com os quais não estamos acostumados a lidar. Nestas situações procure a
coordenadora da escola
pois
ela pode auxiliá-los a compreenderem melhor o processo, a tirar dúvidas e a
lidar com alguns destes
sentimentos.
Evite conversar com professora sobre isso e principalmente contagiar as
crianças com suas
emoções
Cisele Ortiz, Entre adaptar-se e ser acolhido
ADAPTAÇÃO E ACOLHIMENTO-CISELE ORTIZ-1
Adaptação
e Acolhimento:
Um
cuidado inerente ao projeto educativo da instituição e
um
indicador de qualidade do serviço prestado pela instituição.
Cisele
Ortiz
“O
acolhimento pode ser enfocado de diferentes pontos de vista.”
• das
famílias que compartilham a educação da criança com a creche/pré-escola;
• da
criança, do significado e emoção que é passar de um espaço seguro e conhecido,
para outro em que é
necessário
um investimento afetivo e intelectual para poder estar bem;
• do
professor que recebe uma criança desconhecida e ainda tem as outras do grupo
para acolher
• das
outras crianças que estão chegando ou que fazem parte do grupo e precisam
encarar o fato de que há
mais um,
para repartir, mas também para somar.
• da
instituição, nos aspectos organizacional e de gestão, que prevê espaço físico,
materiais, tempo e
recursos
humanos com competência para esta ação.”
“O
acolhimento traz em si a dimensão do cotidiano, acolhimento todo dia na
entrada, acolhimento após uma
temporada
sem vir à escola, acolhimento quando algum imprevisto acontece e a criança sai
mais tarde,
quando
as outras já saíram, acolhimento após um período de doença, acolhimento por que
é bom ser bem
recebida
e sentir-se importante para alguém.
Quando
somos acolhidos, bem recebidos, em qualquer lugar, em geral nossa reação é de
simpatia e abertura,
esperando
o melhor daquele ambiente daquelas pessoas. Quando ao contrário somos recebidos
friamente,
nossa
tendência é também ignorar, não se envolver, passar desapercebidos. E o que
acontece quando somos
mal
recebidos? A gente jura não voltar mais àquele lugar!”
“Por
que com a criança e sua família deveria ser diferente?”
“Se
considerarmos que cuidar é considerar e atender as necessidades infantis, ouvir
e observar as crianças,
seguir
ao princípio de promoção de saúde, tanto ambiental como física e mental,
interessar-se pela criança,
pelo
que ela pensa, sente, sabe sobre as coisas, sobre os outros e sobre si mesma,
adotar atitudes e
procedimentos
adequados e fundamentados em conhecimentos construídos sobre as diferentes
faixas etárias e
realidades
sócias culturais, o processo de acolhimento é um dos primeiros a ser objeto de
cuidado em relação
à criança.”
“Para a
criança entrar na creche, pré-escola e mesmo na escola significa um processo
ativo de construção de
novos
conhecimentos e de vínculos. Quando a criança chega na instituição ela já tem
expectativas sobre o
comportamento
dos adultos, das outras crianças e até mesmo da forma de se relacionar com os
objetos e
brinquedos,
pois ela já construiu referências a partir de suas vivências e experiências,
mesmo que seja uma
criança
bem pequenina, um bebê. “
“Ela
precisa de um tempo para que conscientemente fique claro para ela as diferenças
entre sua casa e a
escola,
assim como para que ela transfira seus sentimentos básicos de confiança e
segurança para alguém.
Este
tempo é bastante individualizado, algumas crianças passam por este momento de
forma mais rápida,
outros
mais lenta, não podemos estabelecer isto a priori.”
“As
crianças lidam fundamentalmente com a ansiedade da separação: a escola tem um
papel fundamental ao
estabelecer
o corte na relação mãe-filho, e isto pode ser bastante positivo para ambos, no
entanto pode gerar
insegurança
e fantasias de abandono e a escola e o professor são o porto seguro da criança
nesta situação,
garantindo-lhe
o tempo todo através de sua atenção e de atividades adequadas o quanto elas não
serão
esquecidas.”
“Algumas
crianças demonstram maior confiança e passam a freqüentar a escola como se
naturalmente já
fizessem
parte daquele ambiente; talvez sejam crianças melhor preparadas emocionalmente,
que já tenham
vivenciado
experiências positivas de separação, ou que esperam este momento ansiosamente,
porque têm
outros
irmãos que já freqüentam a escola.”
“Mas, a
maior parte das crianças podem reagir fortemente à separação e há diferentes
maneiras das crianças
reagirem
a este processo: podem chorar ou ao contrário ficarem muito caladas, podem
agredir a outras,
podem
adoecer, podem recusar-se a comer, a dormir, a brincar, é preciso acolher estas
manifestações e
conhecer
a forma de cada um considerando como natural dentro deste processo e não
rotulando a criança a
partir
disto. Algumas crianças têm rituais específicos para dormir, comer ou usar o
banheiro, outras usam
objetos
tais como paninhos, chupetas, brinquedos e ficam apegadas a elas. Estas coisas
têm um significado
especial
para elas pois criam a ilusão de que a mãe ou a pessoa na qual investem afeto
estão próximas, lhes
proporciona
maior conforto emocional e segurança. Deixar que a criança mantenha seu jeito
de ser, seus
rituais
e sua rotina individualizada, para aos poucos se ajustarem ao grupo,
proporciona suavidade ao
processo
sem rupturas bruscas e maior controle do adulto sobre o processo.
Conversar
a criança sobre seus sentimentos, sobre a rotina, contar o que vai acontecer
com ela, ajudar a
criança
a expressar seus sentimentos e valorizá-la enquanto pessoa e promover sua auto-
confiança para lidar
com
esta situação”
Alguns
indicadores de sofrimento
Outros
sinais e indícios, além do choro, são reveladores do modo de estar na escola:
dificuldade de vir para a
escola;
dificuldade de separar-se da mãe ou de quem traz a criança para a escola;
rejeitar ser cuidado por
outra
pessoa; rejeitar alimentação; recusar-se a dormir; evitar usar o banheiro;
recusar participar das
atividades
propostas; recusar separar-se de seus objetos de apego, tais como chupetas e
paninhos; ficar
apático
ou ao contrário muito agitado; bater e agredir outras crianças sem motivo
aparente; ficar doente
seguidamente
ou desenvolver doenças crônicas ligadas ao intestino, ou, ao aparelho
respiratório; machucar-se
continuamente,
entre inúmeros outros que são característicos de cada criança e de sua história
de vida.
ADAPTAÇÃO MADALENE FREIRE
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO
Processo de adaptação, momento de início da gestação. Às
vezes, dá enjôo, outras não dá. Às vezes, medo, dúvidas de deixar o filho
crescer ou não, tirar, sair, não enfrentar o novo, o desafio. Outras vezes a
alegria de chegada de um começo de uma nova vida em gestação: processo de
adaptação.
Lembranças de outras
gestações. Diferenças. Maior segurança nessa, mas sempre única, nova
gestação. Porque é sempre um novo começo
de encontro com a vida. Sempre aprendizado, sempre coração batendo, boca seca,
exacerbação no que sou, no que cada um é. Aprendizado de ouvir o outro,
aprendizado de falar, aprendizado de me enxergar, de me expor. Maior
entendimento com a criança “chorona” que lá dentro de mim joga seu medo nos
outros ou diz que não o tem, para não enfrentá-lo.
Processo de adaptação; tempo de aprendizado:
- com o meu descompromisso, comigo mesmo e com o grupo;
- com a minha não entrega ao grupo, ao outro;
- com a minha intolerância ao novo do outro;
- com a minha arrogância e prepotência em relação ao não
saber do outro.
Processo de adaptação, sempre “banho” com os outros e
comigo mesma. A água, às vezes, vem fria, outras, morna, outras vezes fervendo!
Ainda não sei medir o fluxo e a temperatura adequada..., Não existe processo de
adaptação sem banho (neutralidade), sem se molhar. Não existe embrião fora da
bolsa d’água..., não existe adaptação sem o desejo, a disponibilidade de se
entregar ao risco de conhecer, fazer o novo. Risco de entrega na busca
permanente de conhecer o outro e a mim mesma, oferecendo-lhe o velho, o meu
mais querido presente.
Processo de adaptação, nunca termina, está reiniciando-se
sempre. Sempre envolvido pelo medo do novo, que mexe com um pedaço meu que
começa a nascer. Esconder-me, lamuriando-me ou vangloriando-me de tudo que já
sei. Fugir..., não levará ao enfrentamento das dores das contrações que o parto
provoca.
Às vezes, faz-se necessário a intervenção de um bisturi
afiado de educador, uma cesárea..., para a vida, o novo conhecimento nascer.
Toda essa dor, toda essa ansiedade, esse medo traz a
alegria, a emoção e o prazer de ver a cara da criança. Ter o recém-nascido, o
novo conhecimento nas mãos.
Madalena Freire
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Fevereiro organização escolar reflexão sobre Planejamento
Sonhar na ação de
planejar
Texto de
Madalena Freire
Sonhar não é proibido
Eu sou um menino muito sonhador. Me chamo Luiz Fernando.
Sonho dormindo ou acordado, pois sonhar não é errado.
Tem vezes que eu quero ser um pássaro,
para voar e sentir o vento.
Outras vezes quero ser um super herói que pudesse
fazer o bem e matar meus inimigos, ou um gênio maluco, para
criar vários monstros. Também posso ser um aventureiro,
igualzinho ao Indiano Jones, para procurar tesouros. Ser um
pirata para comandar meu navio. Até um Peter Pan,
para ficar na Terra do nunca.
Mas não penso sóem
fantasia. Penso também na vida real.
O que eu quero mesmo é ser um médico
ou engenheiro eletrônico.
Com dezessete anos quero começar a fazer
cursos para ser alguma coisa na vida.
Você não deve pensar: Eu não consigo, pois sonhar é fácil.
Sonhar não é proibido
Eu sou um menino muito sonhador. Me chamo Luiz Fernando.
Sonho dormindo ou acordado, pois sonhar não é errado.
Tem vezes que eu quero ser um pássaro,
para voar e sentir o vento.
Outras vezes quero ser um super herói que pudesse
fazer o bem e matar meus inimigos, ou um gênio maluco, para
criar vários monstros. Também posso ser um aventureiro,
igualzinho ao Indiano Jones, para procurar tesouros. Ser um
pirata para comandar meu navio. Até um Peter Pan,
para ficar na Terra do nunca.
Mas não penso só
O que eu quero mesmo é ser um médico
ou engenheiro eletrônico.
Com dezessete anos quero começar a fazer
cursos para ser alguma coisa na vida.
Você não deve pensar: Eu não consigo, pois sonhar é fácil.
Todo
fazer pedagógico nasce de um sonho. Sonho que emerge de uma necessidade, de
uma falta que nos impulsiona na busca de um fazer. Sonhamos porque
vivemos alimentados por nossas faltas... Num primeiro movimento desse sonhar
pedagógico o ingrediente básico - porque ainda não iniciamos o fazer-é a
idealização: capacidade de imaginar, idear, projetar fantasias, planejar idéias
a serem executadas. Ou seja, faz parte do planejar a
ação de sonhar que, neste primeiro movimento, ainda não
está no plano das idéias, das hipóteses que estruturarão a ação pedagógica.
No
contato com a realidade pedagógica o mundo do sonho planejado, idealizado. Pode
sofrer choques (grandes ou pequenos, fracos ou fortes, em sintonia ou
dessintonias) onde emerge um segundo movimento que é o do desilusionamento.
Podemos
ter duas possíveis reações no contato com esse movimento; ou caímos numa
atitude pessimista, desesperançosa, fatalista ou incorporamos esse
movimento como elemento constituidor do sonhar. Pois, é do sonho que
construímos um fazer, "chegamos" a realidade e, é na realidade, tendo
nosso sonho como parâmetro, que poderemos trabalhar o enfrentamento do
idealizado, do fantasiado, do imaginado com o real. Para, assim, começamos a
nos instrumentalizar para a construção de um sonho mais real-adequado a
realidade; agora não a realidade nos impõe, que poderemos agilizar em nós:
Você
não deve pensar: Eu não consigo, pois sonhar é fácil, mas, exige o exercício
constante da persistência, da perseverança para a construção do rigor na ação
do refletir- estudar - planejar - avaliar, na recriação permanente do sonho
desejado; para que seu planejamento seja produto final conquistado.
TEXTOS PARA REUNIÕES PEDAGÓGICAS, PAIS
Os Gansos Selvagens
Quando os gansos selvagens voam em formação "V"
Eles o fazem a uma velocidade 70% maior do que se estivessem sozinhos.
Eles trabalham em Equipe.
Quando o ganso que estiver no ápice do "V" se cansa
ele passa para trás da formação e outro se adianta para assumir a ponta.
Eles partilham a Liderança.
Quando algum ganso diminui a velocidade
os que vão atrás grasnam encorajando os que estão à frente
Eles são Amigos.
Quando um deles, por doença ou fraqueza, sai de formação
outro, no mínimo, se junta a ele, passando a ajudá-lo e protegê-lo.
Eles são Solidários.
Sendo parte de uma equipe
nós podemos produzir muito mais e mais rapidamente.
A qualquer instante também
podemos estar sendo indicados para liderar o grupo.
Palavras de encorajamento e apoio inspiram
e energizam aqueles que estão na linha de frente,
ajudando-os a se manter no comando
mesmo com as pressões e o cansaço do dia-a-dia.
E, finalmente
mostrar compaixão e carinho afetivo por nossos semelhantes
é uma virtude que devemos cultivar em nossos corações.
Da próxima vez, ao ver uma formação de gansos voando,
lembre-se
É uma recompensa
Um desafio
E um privilégio ser membro
da maior e mais importante equipe do Universo
A HUMANIDADE
A ESCOLA DOS BICHOS
Conta-se que vários bichos decidiram fundar uma
escola. Para isso reuniram-se e começaram a escolher as disciplinas.
O Pássaro insistiu para que houvesse aulas de
vôo.
O Esquilo achou que a subida perpendicular em
árvores era fundamental.
E o coelho queria de qualquer jeito que a
corrida fosse incluída.
E assim foi feito, incluíram tudo, mas...
Cometeram um grande erro. Insistiram para que todos os bichos praticassem todos
os cursos oferecidos.
O Coelho foi magnífico na corrida, ninguém
corria como ele. Mas queriam ensiná-lo a voar. Colocaram-no numa árvore e
disseram: “Voa, Coelho”. Ele saltou lá de cima e “pluft”...Coitadinho! Quebrou
as pernas. O Coelho não aprendeu a voar e acabou sem poder correr também.
O Pássaro voava como nenhum outro, mas o
obrigaram a cavar buracos como uma toupeira.
Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia
voar tão bem, e nem mais cavar buracos.
SABE DE UMA COISA?
Todos nós somos diferentes uns dos outros e cada
um tem uma ou mais qualidades próprias dadas por DEUS.
Não podemos exigir ou forçar para que as outras
pessoas sejam parecidas conosco ou tenham nossas qualidades.
Se assim agirmos, acabaremos fazendo com que
elas sofram, e no final, elas poderão não ser o que queríamos que fossem e ainda
pior, elas poderão não mais fazer o que faziam bem feito.
Rosana
Rizzuti
AS CRIANÇAS APRENDEM O QUE VIVEM
Se as crianças vivem em meio à hostilidade, aprenderão
a brigar.
Se as crianças vivem sendo ridicularizadas, irão se
tornar tímidas.
Se as crianças vivem com vergonha, aprenderão o
sentimento de culpa.
Se as crianças vivem onde há incentivo, aprenderão a
confiança.
Se as crianças vivem onde ocorre a tolerância,
aprenderão a paciência.
Se as crianças vivem onde há elogios, aprenderão a
apreciação.
Se as crianças vivem onde há aceitação, aprenderão a
amar.
Se as crianças vivem onde há aprovação, aprenderão a
gostar de si mesmos.
Se as crianças vivem onde há honestidade, aprenderão a
veracidade.
Se as crianças vivem com segurança, aprenderão a crer
em si mesmas e naqueles que as rodeiam.
Se as crianças vivem em um ambiente de amizade,
aprenderão que o mundo é um lugar bom para se viver.
(Dorothy Law Nolte)
E você? O que está ensinando a seu filho? Vamos refletir?
Texto de Aluísio Cavalcante
Jr.
Como seria esta aula?
Eu aprenderia antes de
iniciá-la,
O nome de cada aluno.
Observaria o brilho de cada
olhar
E o encanto de cada sorriso.
Então a última lição
ensinada
Seria cuidadosamente planejada,
Para não apagar de cada
aluno
Seu brilho e encanto.
Esta aula falaria de
solidariedade, de amizade e respeito.
Falaria de coisas simples e
úteis para a vida.
Falaria da responsabilidade
de dedicar a lição aprendida,
Para a construção de um mundo
de amor, de paz e esperança.
Não se perderia tempo com
ensinamentos inúteis.
Com competição e egoísmo.
E ao final dela nos
abraçaríamos e sorriríamos.
E escreveríamos poemas sobre
o presente.
E iríamos para as ruas
Falar de solidariedade.
E correríamos para as nossas
casas
Para abraçar nossas famílias
e amigos.
Mas não é preciso esperar a
última aula.
Nem tão pouco buscar a
justificativa do impossível.
Pois das dificuldades do
presente,
Nasce o professor que
transforma o mundo.
A floresta ameaçada(Chico
dos Bonecos)
Os
bichos da floresta viviam contentes na
floresta. A natureza era boae esbanjava saúde.
Mas...
Alguma coisa estranha começou a acontecer. As árvores eram derrubadas e os rios
estavam imundos. E os bichos? Os bichos viviam brigando e não conversavam uns
com os outros.
Então...
Alguns bichinhos tomaram uma atitude: convidaram a bicharada da floresta para
"Um grande encontro geral". Tico-tico, Marreco, Sapo, Coelho, todos
saíram por aí avisando, convidando, anunciando...
No
dia marcado para a reunião, na hora marcada, no local marcado (debaixo da
enorme paineira), começou a reunião:
_
Esta floresta está muito esquisita! Precisamos acabar com essa esquisitice e
fazer dessa floresta uma festa!
Assim
começou o "Grande encontro geral". A conversa estava muito animada
mas logo começou uma confusão danada! Cada bicho tinha uma mania!
A
Onça só quer mandar em todo mundo.
O
Papagaio só fala, fala sem parar e não fala nada que se aproveite.
O
Boi é aquela molezazaza.. . Pesadão, sossegado, paradão, tranquilo. Não sabe da
força que tem. Fica remoendo as ideias. Demora uma eternidade para falar alguma
coisa.
A
Preguiça encosta numa pedra e puxa aquela soneca...
O
Cavalo é uma brutalidade! Dá coices sem parar!
A
Coruja nunca dá opinião. Está sempre de cara feia, mas presta uma atenção...
A
Borboleta não pára quieta. Pula de um assunto para o outro. Não sabe o que está
acontecendo na reunião, colhendo apenas o que já está pronto.
O
Macaco sempre fazendo macaquices, tempo todo...
O
Pavão fica sempre de leque aberto. Considera-se o mais bonito, o mais
inteligente, o sabe tudo. Só quer aparecer.
A
Cobra traiçoeira, perigosa, esperta e oportunista. Envenena o grupo. Está
sempre fazendo fofoca.
O
Gato fica em cima do muro. Mia... Mia... Não decide por uma posição. É covarde
e está sempre na tocaia.
O
Pombo sempre de conversinhas com o colega do lado.
O
Urubu só vê carniça. É pessimista e descrente. Só quer ver o grupo morrer. Não
acredita que propostas de modificações surtam efeito.
A
Galinha d'angola não acredita em si mesma. O seu lema é "tô fraco... tô
fraco..."
O
Pato só quer sombra e água fresca. Não se envolve com nada e não quer saber de
nada.
A
Cigarra é omissa. Só gosta de cantar e está sempre na sua. O mundo pode acabar
que ela não se preocupa.
O
Leão é o todo poderoso, o rei de todos. Domina o grupo e faz tudo sozinho.
Quando urra, todos se calam.
O
Ratinho fica escondido pelos cantos. Tem medo dos outros animais. Sempre
calado, se sente inferior.
A
Hiena não tem opinião própria. Puxa o maior saco do leão e só gosta de quem
está no poder.
A
Lagartixa concorda com tudo com a cabeça. Quando diz alguma coisa, fala:
"É isto mesmo".
A
Formiga trabalhadora e ativista. Faz muita coisa, mas sem pensar. Não planeja e
nem avalia. Vive abarrotada de serviço.
Amigo
e amiga, responda com exatidão: Como pode essa bicharada chegar a uma
conclusão?
Essa
reunião atrapalhada, sem mão nem contramão, vai virar uma bananada, vai trazer
chateação!
Responda
com urgência! Chega de confusão! Como pode a bicharada resolver a situação?
Com qual (is) desse(s)
bichos você se identifica?
“Daqui a cem anos, não
importará o tipo de carro que dirigi, o tipo de casa em que morei, quanto tinha
depositado no banco, nem que roupas vesti. Mas o mundo pode ser um pouco melhor
porque eu fui importante na vida de uma criança.” Tatiana Sibovitz.
"Nenhum de nós é tão
bom quanto todos nós juntos!"
" Se as coisas são
inatingíveis... ora! Não é motivo para não quere-las... Que tristes os
caminhos, se não fora a mágica presença das estrelas"!!! ( Mário Quintana)
Quando educas?
mas quando suscita convicções pessoais.
Não educa quando impõe condutas,
mas quando propõe valores que motivem.
Não educa quando impõe caminhos,
mas quando ensina a caminhar.
Não educa quando impõe dependências,
mas quando acorda a coragem de ser livre.
Não educa quando impõe suas idéias,
mas quando fomenta a capacidade de pensar por conta própria.
Não educa quando impõe o terror que isola,
mas quando libera o amor que acerca e comunica.
Não educa quando impõe sua autoridade,
mas quando cultiva a autonomia do outro.
Não educa quando impõe a uniformidade que doutrina,
mas quando respeita a originalidade que faz a diferença.
Não educa quando impõe a verdade,
mas quando ensina a procurá-la honestamente.
Não educa quando impõe uma punição,
mas quando ajuda a aceitar um castigo.
Não educa quando impõe disciplina,
mas quando forma pessoas responsáveis.
Não educa quando impõe autoritariamente o respeito,
mas quando o ganha com autoridades de pessoa respeitável.
Não educa quando impõe o medo que paralisa,
mas quando consegue a admiração que estimula.
Não educa quando impõe informação à memória,
mas quando mostra o sentido da vida.
Não educa quando impõe a Deus,
mas quando o faz presente na tua vida.
Girassóis e Miosótis
O girassol é flor raçuda,
que enfrenta até a mais violenta intempérie
e acaba sobrevivendo.
Ela quer luz e espaço e em busca desses
objetivos, seu corpo se contorse o dia inteiro.
O girassol aprendeu a viver com o sol
e por isso é forte.
Já o miosótis é plantinha linda,
mas que exige muito mais cuidado.
Gosta mais de estufa.
O girassol se vira… e como se vira!
O miosótis quando se vira, vira errado.
Precisa de atenção redobrada.
Há filhos girassóis e filhos miosótis.
Os primeiros resistem a qualquer crise:
descobrem um jeito de viver bem, sem ajuda.
As mães chegam a reclamar da independência
desses meninos e meninas, tal a sua capacidade
de enfrentar problemas e sair-se bem.
Por outro lado, há filhos e filhas miosótis,
que sempre precisam de atenção.
Todo cuidado é pouco diante deles.
Reagem desmesuradamente, melindram-se,
são mais egoístas que os demais, ou às vezes,
mais generosos e ao mesmo tempo tímidos,
caladões, encurralados.
Eles estão sempre precisando de cuidados.
O papel dos Pais é o mesmo do jardineiro
que sabe das necessidades de cada flor,
incentiva ou poda na hora certa.
De qualquer modo fique atento.
Não abandone demais os seus girassóis
porque eles também precisam de carinho…
e não proteja demais os seus miosótis.
As rédeas permanecem com vocês…
mas também a tesoura e o regador.
Não negue, mas não dêem tudo que querem:
a falta e o excesso de cuidados matam a planta…
* Autoria de José
Fernandes de Oliveira
“ Pe. Zezinho”
O Nó do Afeto
Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora
ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos; pedia-lhes também que se
fizessem presentes o máximo de tempo possível...
Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela
comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e
entender as crianças.
Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou
e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o
filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque, quando ele saía para trabalhar,
era muito cedo, e o filho ainda estava dormindo...Quando voltava do serviço, já
era muito tarde, e o garoto não estava mais acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o
sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não
ter tempo para o filho e que tentava se redimir, indo beijá-lo todas as noites
quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava
um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as
noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através
dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado.
O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora emocionou-se com aquela singela história e ficou
surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da
escola. O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de as pessoas se
fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua,
que era simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia,
através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.
Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as
coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento;
simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele
filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias. É válido que nos
preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam
isso.
Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas
"ouçam" a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto, os
sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto,
cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.
As pessoas podem não entender o significado de muitas
palavras, mas sabem registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja
apenas um nó... Um nó cheio de afeto e carinho.
E você, já deu algum nó afetivo hoje?
Autor desconhecido
Assinar:
Postagens (Atom)